quinta-feira, 30 de abril de 2009

..:: nota de rodapé ::..

Nos próximos dias, não estaremos por cá. Logo, não estranhem a ausência. Ainda assim, a emissão continua automaticamente. Ósculos e amplexos.



quarta-feira, 29 de abril de 2009

..:: desabafo 1001 ::..

Tinha prometido novas na entrada 1001.
Prometi mas não consigo cumprir.
Mesmo contrariando a vontade, não consigo deixar de ter de pedir desculpa.
Se calhar, ainda não tinha chegado o momento para o conteúdo que queria que agora saísse… deve ser isto.
Fica para depois.
Adio mais uma vez.
E que problema há em adiar?
Nenhum.
Eu é que me sinto em falta, tal como não me sinto bem quando não consigo cumprir as minhas próprias expectativas.
Que se lixe.
Fica para depois.
Ninguém morre por esta não ser uma entrada apoteótica.

sábado, 25 de abril de 2009

..:: 1000-ésima ::..


A-Ha, Take on me (mix)


Não comemorámos a centésima ou a quingentésima entrada; também não costumamos comemorar a quantidade de visitas. De qualquer modo, as mil entradas bastante antes de dois anos de existência merecem-nos destaque. Simplesmente porque sim. Claro: metade (ou mais) são boas para o lixo, embora já se saiba que nem só de glória se faz um blogue. Pois bem, poderemos não chegar a outro tanto, mas estas mil já cá cantam.





ADENDA
1 # Estas mil entradas não teriam sido possíveis se não tivesse havido Abril, o 25 com cravos que vão saindo de moda. São os ares dos tempos. Confiram este vídeo e estoutro (Spam Cartoon).

2 # Diz-me o horóscopo que continuo em fase de recolhimento: «Em nossas vidas, em nosso dia-a-dia, precisamos saber reconhecer que precisamos de um tempo e admitir que às vezes ficar em casa, curtindo uma relação com a própria alma, é mais proveitoso do que se forçar a uma exposição social indevida. Vivemos num mundo tão acelerado, que este período, que para você vai de 25/04 (Hoje) até 27/04, termina sendo particularmente abençoado, uma boa oportunidade de você cuidar de si. Que tal arrumar as gavetas, dar uma geral no quarto ou na casa? Harmonizar o ambiente onde vivemos e dormimos é a condição fundamental para termos uma vida mais agradável (...).» (Personare)
Apesar disto, aguardem a entrada 1001. Pode demorar a chegar, mas valerá a pena.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

..:: vậrias seƚeccionadas ::..

Porque rir ainda é o melhor remédio...




















Quem 60 ao teu lado e 70 por ti,

vai certamente rezar 1/3

para arranjar 1/2 de te levar para

1/4 e ter a coragem de te dizer:

20 comer!











[recebido por email]

terça-feira, 21 de abril de 2009

..:: para entes cultos ::..

Expõe-me com quem deambulas e a tua idiossincrasia augurarei.
(Diz-me com quem andas e te direi quem és)



Espécime avícola na cavidade metacárpica supera os congéneres revolteando em duplicado.
(Mais vale um pássaro na mão do que dois a voar)



Ausência de percepção ocular, insensibiliza órgão cardial.
(Olhos que não vêem, coração que não sente)



Equídeo objecto de dádiva, não é passível de observação odontológica.
(A cavalo dado não se olham os dentes)



O globo ocular do proprietário torna obesos os bovinos.
(O olho do amo engorda o gado)



Idêntico ascendente, idêntico descendente.
(Tal pai, tal filho)


Descendente de espécime piscícola sabe locomover-se em líquido inorgânico.
(Filho de peixe sabe nadar)



Pequena leguminosa seca após pequena leguminosa seca atesta a capacidade de ingestão de espécie avícola.
(Grão a grão, enche a galinha o papo)



Tem o monarca no baixo ventre.
(Tem o rei na barriga)


Quem movimenta os músculos supra faciais mais longe do primeiro, movimenta-os substancialmente em condições excepcionais.
(Quem ri por último, ri melhor)



Quem aguarda longamente, atinge o estado de exaustão.
(Quem espera, desespera)



[recebido por email]



domingo, 19 de abril de 2009

..:: blogosfera elegebetê à mesa ≈≈

Relembra-me o meu calendário pessoal que há precisamente um ano, a 19 de Abril, se reuniam 35 pessoas para se conhecerem e jantarem. O calendário também me lembra que este dia me está ligado a duas datas importantes relacionadas com partidas e chegadas (mas dessas só reza a minha história pessoal).
Sobre o jantar de há um ano: é verdade que alguns de nós já nos conhecíamos, mas foi um convívio por demais bom. Daqueles que não se esquecem facilmente. Não esqueceremos, por exemplo, que foi há um ano que conhecemos pessoalmente o Catatau.
Este ano, e muito graças ao Pinguim, esperamos repetir a façanha do encontro no jantar de 9 de Maio de que já aqui demos conta. Serve esta entrada para agora destacarmos um outro, posterior, organizado pelo Max e pelo Héliocoptero. Fica aqui a entrada decalcada e pensem na hipótese de virem a estar presentes (as inscrições são até 6 de Maio)!



« No ano em que entrámos em força para a agenda política, com o debate sobre o casamento civil entre homossexuais a verter em força para a sociedade portuguesa, o Heliocoptero [que seria de mim sem ele??? :)] e eu queremos juntar no mundo real quem tem pugnado pela igualdade de direitos através da comunidade virtual que é a blogosfera. Para celebrar o muito que já se caminhou e reunir forças para o muito que ainda falta; para unir vontades que se têm vindo a multiplicar e que vão ser precisas para as batalhas que nos esperam; ou, muito simplesmente, para pôr uma cara nos nomes com que temos vindo a assinar os nossos contributos escritos para uma luta comum.



No dia 6 de Junho, três semanas antes do Orgulho de 2009, queremos juntar a blogosfera LGBT à mesa. Em Lisboa e num restaurante ainda por definir, que isso vai depender do número de pessoas inscritas. Quem estiver interessado, deve enviar uma mensagem para este email com o nome, nick e endereço do blogue. As inscrições estão abertas até dia 6 de Maio, altura em que iremos enviar mensagens de correio a todos os interessados para confirmar presenças. Quem nessa altura não responder, será excluído da lista de inscritos.

E a orientação sexual das pessoas é indiferente: basta que tenham um blogue onde tenham vindo a defender a igualdade de direitos. Comentadores e simpatizantes são, muito naturalmente bem vindos!

Portanto, já sabem: opinem para a caixa de bitaites do Devaneios. E, quem quiser, desde já agradecemos o favor de fazer constar semelhante rambóia no seu blogue de modo a tentarmos juntar mais alguns... »

sexta-feira, 17 de abril de 2009

..:: o meu lado rural ::..




Por alguns textos mais confessionais que aqui publiquei em tempos idos já deu para perceber que tenho um lado rural forte. Mas poucos conhecem essa minha face e o que envolve. O Zé conhece e participa realmente dela. A Monga e a Lina também já conheceram e já estão prevenidas. E o resto da família. Os outros, quando muito, podê-la-ão intuir na minha delicadeza típica de um qualquer elefante.
Quem me conhece o lado rural sabe que não há nada a fazer: que nem a urbe consegue mais do que disfarçar a rusticidade que me enformou. Não me envergonho disso. A verdade é que quando vou à aldeia penso em como quase ninguém conseguirá sequer aproximar-se do que este corpo esconde, nomeadamente em termos de experiências. Suspeito que essa deve ser uma das características que faz cada um de nós seres únicos: o incomunicável, a exclusividade das experiências, o que reservamos só para nós. Este ano não me apeteceu revisitar os rituais da semana chamada Santa e fiquei a curar uma neura excessiva (os horóscopos dizem-me que por culpa de mercúrio e da lua entrei numa fase de grande silêncio e introspecção - ah, que bom... quem sou eu para os contrariar). Além disso, ainda que com saudades, prefiro ficar com o Zé e o silêncio cá de casa.
E por mais que desenterre o lado rural, que às vezes me descubram na língua o requebro e a aspereza, reconheço que nem encontro palavras à medida nem imaginação para traduzir o que sinto aquando do meu encontro com as montanhas, que é, como quem diz, comigo e com o meu passado, às vezes, cheio de uma amargura misturada com uma imensa alegria e felicidade. Eis outra característica que nos torna únicos: sermos paradoxais. Retornar continua a ser, ainda, o acto de nascer, e nascer e nascer, outra vez e outra e outra. Ad infinitum. Mesmo quando os olhos já não forem capazes de ver, mas o coração ainda por cá deambular.
Este ano não [re]nasci e, portanto, enquanto finjo que não me dói a ferida do lado, vou ali ver se consigo fechar o capítulo deste livro.
E bom fim-de-semana!




Isabel Silvestre, A gente não lê


quinta-feira, 16 de abril de 2009

..:: palavras que nos salvam ::.. David Mourão-Ferreira

E por vezes


« E por vezes as noites duram meses
E por vezes os meses oceanos
E por vezes os braços que apertamos
nunca mais são os mesmos E por vezes

encontramos de nós em poucos meses
o que a noite nos fez em muitos anos
E por vezes fingimos que lembramos
E por vezes lembramos que por vezes

ao tomarmos o gosto aos oceanos
só o sarro das noites não dos meses
lá no fundo dos copos encontramos

E por vezes sorrimos ou choramos
E por vezes por vezes ah por vezes
num segundo se evolam tantos anos »




David Mourão-Ferreira »» Obra Poética: 1948-1988 »» Lisboa »» Presença »» 1996 »» p. 269



quarta-feira, 15 de abril de 2009

..:: parabéns, Monga! ::..

À falta de inspiração até para dizer "parabéns!", ficam aqui as palavras da nossa Monga de há dois anos atrás. E como o tempo passa! Vá lá que algumas palavras ficam e alguns sentimentos se solidificam. Relembramos-te assim, rejubilante, nos teus 30 anos. Sei que dois anos depois as tuas coisas mudaram muito. Dizem que é a vida e quem somos nós para desconfiar. Portanto, muitos parabéns carneira Monga!





Queridos amigos:
Há 30 anos, no dia 15 de Abril de 1977, eu nasci. Estou certa de que isso não alterou a maior parte da política internacional e que se calhar já havia, nesse tempo, problemas na faixa de Gaza (desde que me lembro de ser gente que existem…). Alterou, decerto, a vida da minha mãe, do meu pai, do meu irmão, dos meus avós. Portanto, amigos, a faixa de Gaza não mudou, mas a vida de todos estes intervenientes e de muitos outros modificou-se.
Estou a fazer 30 anos e creio que a vida deles se tornou melhor. (...)
O meu irmão atrasou o meu crescimento em larga escala, porque me empurrou muitas vezes contra a parede quando eu era muito pequena (diz a minha avó), fez dos meus triciclos bicicletas com turbo ligado e colocou todas as minhas bonecas e ursos em posições de fazer corar qualquer estrela porno. (...)
Há 30 anos atrás estou certa de que a minha mãe me saudou com um lindo sorriso, até porque eu era muito rechonchuda. 24 anos depois tive de aprender a perdê-la numa morte que todos podemos considerar como «prematura», mas que, dizem as estatísticas, é extremamente vulgar: cancro da mama. (...)
Isto é uma coisa que veio com os 30 anos: o mau feitio, ou, numa versão altamente melhorada «agora ninguém manda em mim». (...)
É altura de falarmos dos amigos. Um por um mudaram o meu trilho, o meu percurso, cada qual com uma qualidade ou um defeito ou um ensinamento, ou mesmo com a abertura de novas possibilidades. (...) Mas acredito que o meu percurso é ainda incipiente, está muito no início, por isso venham daí…



segunda-feira, 13 de abril de 2009

..:: coordenadas para a nossa janta ≈≈





Pusemos aqui o convite, e, agora sim, esperamos as inscrições. Como é que adivinhamos que vais? Não adivinhamos! Vá, dá ao dedo e deixa aqui um comentário ou, melhor, envia-nos um email ou ao Pinguim, indicando inclusive uma forma de te contactarmos (sobretudo, nos casos de quem ainda não temos contacto). Qualquer dúvida perguntem...

Depois da entrada do Pinguim (que aqui colocamos na íntegra), espero que não precisem de qualquer desenho.



Chris Wake, Dinner Party Dame


ɤɤ




Como toda a gente que nos lê tem conhecimento, através da publicação simultânea de um post intitulado “Convite irrecusável”, o Paulo, o e eu marcámos para daqui a um mês, 9 de Maio, o jantar de blogs deste ano, o terceiro, a realizar aqui em Lisboa e possivelmente no mesmo local do ano passado (a confirmar mais tarde).

Surgiram, entretanto alguns mal-entendidos que convém esclarecer devidamente; este jantar vem na sequência de um primeiro jantar, com apenas 9 blogs presentes, organizado apenas por mim, no bar Agito no Bairro Alto, em 2007, o qual foi muito agradável; tendo entretanto alargado o número de blogs amigos (linkados), para a organização do jantar de 2008, pedi a colaboração do e do Paulo (“Felizes Juntos”), os quais anuíram com prazer e juntaram os seus blogs conhecidos, pelo que o jantar do ano passado foi um sucesso enorme com mais de 40 pessoas.

Este ano, abalançamo-nos de novo a organizar este evento, mas é preciso notar que é um jantar como centenas de outros que se fazem na blogosfera, uns centrados nalgum fim específico, outros simples reuniões de amigos. Mas que fique bem ciente que não há jantares, nem poderia haver, abertos a todos os blogs, pois isso seria impossível, até logisticamente… Este é o NOSSO jantar, jantar de amigos meus e do “Felizes Juntos” e seus acompanhantes; por tal motivo não aceitamos sugestões, principalmente quando elas vêm eivadas de situações absurdas; como bem diz o Paulo (“... não há paciência para gente complexada. e, sim, caso ainda haja alguém que não tenha percebido, é um jantar de amigos NOSSOS. conhecidos ou não, fisicamente. mas tem de haver alguma afinidade electiva, caso contrário, nada feito…”) é um jantar de amigos!!!

E devo dizê-lo com frontalidade: há alguém que está a fazer uma certa confusão com este jantar, talvez por ter muito empenho em estar presente, mas que não irá estar, pois ninguém gosta de receber “em sua casa” pessoas com quem tem um relacionamento, chamemos-lhe assim “menos bom”, por motivos antigos e que nada têm a ver com o jantar; para bom entendedor, meia palavra basta… e se for preciso, como diz o Paulo, faz-se um desenho…

Outra confusão lançada por essa mesma pessoa é o pseudo-choque com outra iniciativa do mesmo género a realizar em 6 de Junho, um jantar de blogs defensores da causa GLBT, no qual já me inscrevi e que é um jantar diferente do nosso; só não percebe isso quem não quer ou pretende mesmo fazer confusão; aproveito para dizer que um ou mais organizadores desse jantar estarão no nosso evento, pois fazem parte de blogs amigos e lá divulgarão o seu empreendimento.

Vou começar, pessoalmente, a contactar todos os blogs que tenho linkados, incluindo os brasileiros (sabe-se lá se não virá uma excursão, eheheh) e peço que me vão informando da vossa presença certa ou possível e do número de pessoas acompanhantes (claro que cônjuges e namorad@s também estão convidados…)

E não esquecemos aqueles nossos comentadores, sem blog, mais ou menos assíduos, que claro, iremos tudo fazer para também estarem presentes. O Paulo e organizarão os contactos deles (muitos são comuns), pelo que a inscrição num dos blogs é suficiente. Desejo que o “combíbio” do Porto, a realizar uma semana antes, a 2 de Maio, seja um êxito, e de lá, da Invicta e do Norte, venha pelo menos tanta gente, ou mais, se possível, do que o ano passado, embora alguém, que recordaremos com imensa saudade, este ano só em espírito vá estar presente…

É com satisfação que aqui apresentamos o logótipo do nosso jantar, da autoria do Paulo… naturalmente!

sexta-feira, 10 de abril de 2009

..:: papa-lhaçada ::..


Directed by João Fazenda; Script by Spam Cartoon; Sound Design by José Condeixa; Animation by Ana Nunes; Produced by João Paulo Cotrim and André Carrilho.












quinta-feira, 9 de abril de 2009

..:: efémera ::..

Ando a tentar arrumar a "casa". Não tem sido tão fácil como costuma ser: tenho tanto que fazer e tão pouca motivação. Março esgotou-me, depois a partida do Catatau. O Zé fora. E o trabalho a acumular-se. Adio telefonemas. Burocracias. Esgoto-me. Em todo o caso, saibam que arrumar a casa passa também por vos visitar e repor a minha ausência. Mas o processo é demorado. Além da constatação de como tudo é muito breve e rápido. Efémero. E lembrei-me da efémera (do gr. ephemerós, «que dura um dia»). O vídeo publicitário vem a propósito.



Não encontrei versão com melhor qualidade... se preferirem, vejam a inglesa.

terça-feira, 7 de abril de 2009

..:: palavras que nos salvam ::.. Eugénio de Andrade




PRIMEIRAMENTE


« Acordo sem o contorno do teu rosto na minha almofada, sem o teu peito liso e claro como um dia de vento, e começo a erguer a madrugada apenas com as duas mãos que me deixaste, hesitante nos gestos, porque os meus olhos partiram nos teus.
E é assim que a noite chega, e dentro dela te procuro, encostado ao teu nome, pelas ruas álgidas onde tu não passas, a solidão aberta nos dedos como um cravo.
Meu amor, amor de uma breve madrugada de bandeiras, arranco a tua boca da minha e desfolho-a lentamente, até que outra boca – e sempre a tua boca – comece de novo a nascer na minha boca.
Que posso eu fazer senão escutar o coração inseguro dos pássaros, encostar a face ao rosto lunar dos bêbados e perguntar o que aconteceu.
»


Eugénio de Andrade »» Poesia »» Porto »» Fundação Eugénio de Andrade »» 2000 »» pp. 55-56


domingo, 5 de abril de 2009

≈≈ uma par†e da memória de ti, catatau ::..

À semelhança de outros, vasculhei os comentários à procura das tuas palavras, Catatau. É uma selecção que termina com o último comentário que nos deixaste, imagino que ainda desconhecendo completamente a dimensão do abismo que te esperava. Também procurei as fotos que te fiz. E para quê? Afinal, se alguma vez a memória nos falhar, ficam as tuas palavras, sinais, marcas de ti, da tua passagem, do tempo em que o sol iluminava ainda todo o teu rosto com a luz límpida das almas puras. Do tempo anterior, portanto, a terem-te apagado a luz. Agora, vamos procurar-te sorridente entre as estrelas. Mas não te esqueças de quem fica (e sabes a quem me refiro) e tanto te ama. Ah, e de como esperamos as coordenadas!






»» O aplauso vai todo para vocês, rapazes. Conseguiram um feito memorável - o primeiro de vários, espero - juntar tanta gente diferente com tanto em comum. Os laços da blogosfera atam-se mais em presença. Ficam mais cúmplices.
É verdade. Não tenho blog. Mas não tenho blogosfear, ah ah ah. ;)
Um abraço de quem esteve, sentado, de costas, mas a sentir o calor humano de uma mesa em U. »»





»» Também prefiro a prudência. Além disso, nada me é mais caro do que os prazeres da revelação do outro. Até porque é linda a capacidade de construção das relações, sejam para a vida, sejam com prazo de validade. Mesmo quando ficam impróprias para consumo - mútuo ou não - já somos mais do que aquilo que éramos. Sou a favor da entrada sólida - mesmo que demorada - insinuante (mesmo que sinuosa), gratificante e preenchedora dos laços que vamos acumulando ao longo da vida. E quem nunca ficou enriquecido pela descoberta dos outros, que atire o primeiro post. :) »»





»» Este testemunho deixa-me com uma ponta de emoção! Ó pá, gosto de celebrações, pronto! Lembrem-se que têm uma vida inteira linda, a construir-se à medida que os vossos olhos vão alcançando o horizonte. O meu horizonte vai fazer o dobro do vosso e por isso digo-vos: vale muito, muito a pena! Vale a felicidade! :) »»





»» Do que te leio (e nunca nego à partida algo que desconheço), palpita-me que tenho oxcitocina para dar, vender e mandar para Espanha. E tenho muita sorte por ter um círculo - pequeno, é certo - de amizades onde há oxitocina a rodos, para dar, vender e ser de todos! :D
Em relação ao retrato que fazes de ti e da beleza da dedicatória ao JC e ao D só posso dizer uma coisa: ou muito me engano, mas além do inequívoco piquinho a azedo, vocês destilam oxitocina por tudo quanto é poro, he he he he. »»





»» Pois eu ainda vou ver se consigo ir... quem sabe!... De qualquer forma já aqui ficam os parabéns ao Algiboy, pelo menos pelo grande empenho! :)
As carochas estão um must, mas é a primeira vez que vejo caralhos com olhos. Dá-me a impressão que o Entroncamento está a perder a mística... »»





»» Realmente estamos todos de parabéns: fazemos um grupo todo pimpão! :)
Mas a Palma de ouro do Festival das Caldas (chama-lhe "palma", chama!...), vai inteirinha para a co-produção do Miguel/Carlos que souberam fazer-nos sentir em casa, felizes, contentes, juntos e prontos para mais do mesmo!
Em relação ao pic-nic, só tenho uma palavra: "quando-é-que-é-o-próximo-com-esta-gente-boa-e-com-quem-mais-se-quiser-juntar"?
(Ai, que eu hoje estou para lá de palavroso.) »»





»» E é tão bom morrer assim para renascer tantas mais vezes... »»





»» Compreendo perfeitamente - e tenho dado muito uso no último mês - o estoicismo com que se tem de afivelar as caras numeradas de A a Z, socialmente aceitáveis. Esconder "the dark side of" é frequentemente um suplício.
Olha, também fiz a 1ª TAC da minha vida esta semana! E com injecção de contraste, ora toma! :D »»

≈≈ wisdom ≈≈

Porque às vezes pensamos que não podemos fazer nada.
Porque às vezes pensamos que sabemos tudo.
Porque às vezes temos medo de dizer que amamos.
Porque às vezes esquecemo-nos de ser humildes.
E por tantos outros "às vezes"...

Food for thought!




Recebido via e-mail. Obrigado, Filipa.

sábado, 4 de abril de 2009

≈≈ catatau ::..

e agora, Catatau? esperamos coordenadas para o que havemos de fazer? sim, tens de saber: esperamos as coordenadas para o nosso percurso! que é feito do teu sorriso franco e limpo? e do humor único? e da cumplicidade? nosso querido Catatau, ontem percebi que tudo de repente. que tudo de repente podia ficar em silêncio. e o silêncio basta? não! e quem nos comentará com a sabedoria, a amizade e o tempo que tu tão particularmente tinhas? mas pior que esse silêncio de circunstância virtual é saber que já não atenderás o telefone. que não virás ter connosco, nem todos nós poderemos andar quilómetros e quilómetros para ir ter contigo onde quer que estivesses, ainda que saibamos que agora estás em todo o lado. mas uma imitação de omnipresença não nos chega. e a verdade da ausência é uma dor imensurável. porque já não poremos devagar a nossa mão no teu peito para ouvir o respirar da terra. ontem, Catatau, entendi o que não queria perceber. hoje, estive triste como um barco negro ao sol. e o inevitável. é verdade que nós juntos, eu e o Zé, já perdemos tanta gente por causa de cancro que a morte se tornou um crime banal. e de cada vez, Catatau, é a mesma lança que nos atravessa de lado a lado. e esvaímo-nos, Catatau! contigo. mas as nossas pequenas dores deixam de fazer qualquer sentido. não te esqueças: estamos à espera das coordenadas para o nosso percurso! conforta-nos saber que a nossa entrevista te causou "enorme orgulho e prazer". não nos esquecemos. aonde quer que vás, nós vamos contigo. para onde quer que vás, nós iremos lá ter! além do fim do mundo. só precisamos das tuas coordenadas. não nos esquecemos que, por vezes, num segundo se evolam muitos anos! e a mesma pergunta, Catatau: porquê?




com citações de Carlos Drummond de Andrade, Eduardo Pitta, Fernando Pessoa,
David Mourão-Ferreira e Maria do Rosário Pedreira

sexta-feira, 3 de abril de 2009

..:: « e se tudo, de repente? » ::..

« A vida é uma ferida?
O coração lateja?
O sangue é uma parede cega?
E se tudo, de repente? »


Eduardo Pitta »» Poesia Escolhida »» p. 185 [ mais ]







[escutado aqui]
[decidi acrescentar o poema para dar mais sentido ao vídeo]

quinta-feira, 2 de abril de 2009

..:: palavras que nos salvam (muitas vezes) ::.. María Zambrano




«Não só de pão vive o homem, isto é, não só de Ciência e Técnica. Também poderia dizer-se que não só de Filosofia, mas tal coisa, ao falar-se das metáforas, não tem sentido, porque a Filosofia mais pura desenvolveu-se no espaço traçado por uma metáfora, a da visão e da luz inteligível.
(...) Por uma metáfora habitualmente entende-se uma forma imprecisa de pensamento. Dentro da poesia tem-se-lhe concedido, especialmente desde Paul Valéry, todo o seu valor. Mas a metáfora desempenhou na cultura uma função mais profunda, e anterior, que está na raiz da metáfora usada na poesia. É a função de definir a realidade inabarcável pela razão, mas propícia a ser captada de outro modo. É também a sobrevivência de algo anterior ao pensamento, pegada num tempo sagrado, e, portanto, uma forma de continuidade com tempos e mentalidades passadas, coisa tão necessária numa cultura racionalista. E a verdade é que, nos seus momentos de maior esplendor, a Razão nada teve que temer perante estas metáforas a que podemos chamar fundamentais.»





«O amor transcende sempre, é o agente de toda a transcendência. Abre o futuro; não o porvir, que é o amanhã que se pressupõe certo, repetição com variações do hoje e réplica do ontem. O futuro essa abertura sem limite, para outra vida que nos aparece como a vida de verdade. O futuro que atrai também a História. Mas o amor lança-nos para o futuro, obrigando-nos a transcender tudo o que concede. A sua promessa indecifrável desacredita tudo o que consegue, toda a realização. O amor é o agente de destruição mais poderoso, porque, ao descobrir a inanidade do seu objecto, deixa livre um vazio, um nada que é aterrador no princípio de ser apercebido. É o abismo em que se some não somente o amado, mas a própria vida, a própria realidade do que ama. É o amor que descobre a realidade e a inanidade das coisas, e que descobre o não ser e até o nada.»


María Zambrano »» A Metáfora do Coração e Outros Escritos »» trad. de José Bento »» Lisboa »» Assírio & Alvim »» 2000





«A pessoa faz-se no tempo, realiza-se no tempo.» » cf. aqui »




María Zambrano
[1904-1991]





quarta-feira, 1 de abril de 2009

≈≈ ideias ≈≈

Já sei que o Carnaval ainda foi há pouco e que o próximo vem longe, mas há ideias que vale a pena guardar. Esta é coisa para suscitar reacções capazes de levar qualquer um às lágrimas... Quem se atreve?



Imagem roubada aqui.